Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Caneta da Escrita

Temas diversos, Crónicas, Excerto dos meus Livros.

Temas diversos, Crónicas, Excerto dos meus Livros.


17.07.14

 

Era uma vez um País, que de repente achou que devia deixar de apoiar tudo e todos, o dinheiro do Estado não podia ser utilizado para esses ditos vulgares absorvedores de subsídios e outras coisas do género.

 

Declarou que todos eram iguais e que portanto, as grandes empresas os bancos e outras do género não iriam, também, ser ajudadas pelo Estado e no fundo, pelo dinheiro de todos os seus cidadãos. É claro que isto levantou um coro de protestos, não só dos seus cidadãos, em geral, como também de todas as forças vivas da Nação, partidos da oposição, sindicatos, etc e tal.

 

Que não podia ser, que não havia dinheiro e coisa e tal e vai daí aplica a medida, lembrando-se de antemão o que ocorrera numa grande intervenção estatal num banco em dificuldades porque além de não estar ao serviço da sociedade em que se inseria, estava a criar ricos, demasiado ricos à custa de umas engenharias contabilísticas que acabaram em fracasso rotundo, deixando porém, alguns ricos muito mais ricos.

 

Claro que o erário público foi chamado a pagar a factura, ou seja, os portugueses que nada tinham a ver com o assunto, mas que eram acusados de viverem à grande e à francesa, tiveram de alargar os cordões à bolsa para ajudar um banco que criou riquinhos mas que não têm capacidade de pagar a aberração que criaram.

 

Ora sabendo tudo isto, o responsável pelo governo achou por bem, no que foi muito aplaudido, não estender a mão, digo ajudar a salvar outro banco que se achou em determinada altura, também, em dificuldades, mesmo sendo um banco familiar e de gente que detinha muito poder no País, tanto poder que se confundia com a própria governação da Nação.

 

Pois bem, não foi ajudado, directamente, o responsável pela governação foi aplaudido e tudo parecia correr bem, tendo a tal família que arcar com as consequências. Mas como nem tudo são rosas, e para que o mal não se estendesse a outros bancos, foi criada a necessidade de substituir essa família na gestão do seu banco, levando-os a perder toda a sua importância no panorama da Nação.

 

Nomeados que foram outros responsáveis pelo dito banco, a coisa parecia correr sobre rodas, até porque o principal responsável nomeado e aceite pela generalidade dos accionistas, era tido como gente de bem e de uma seriedade a toda a prova, para prová-lo, bastava ouvir as suas declarações públicas em que verberava os cidadãos do País, acusando-os de terem vivido acima das suas possibilidades e que até era melhor baixar-lhes os rendimentos, para aprenderem a não ter essa mania de grandezas. Um verdadeiro liberal que achava que o Estado não tinha nada que se meter nos negócios privados e nem tinha de ajudar ninguém, muito menos empresas privadas.

 

Homem sério e responsável ia por as coisas nos eixos, mas tinha um problema, logo que assumiu o comando do tal banco, viu que afinal nada conseguia fazer sem a ajuda do Estado, de nós todos. Como iria então resolver o assunto? Muito facilmente, recorria à ajuda que a Europa tinha concedido a todos os governos através de um fundo de ajuda à capitalização dos bancos, nunca aos cidadãos dessa mesma Europa. Lindo.

 

Assim e para finalizar a estória concluiremos com um devaneio da mente sobre este hipotético País que, se por acaso se assemelhar com alguma realidade é pura coincidência.

 

O responsável do governo é aplaudido por não ajudar o dito banco, uma nova administração é nomeada e a ajuda que parecia negada pelo responsável do governo entra pela porta dos fundos através do tal fundo de capitalização dos bancos cedido pela generosa Europa.

 

E por isto se dizia que directamente o banco não foi ajudado, mas por portas e travessas, matam-se dois coelhos de uma só cajadada, aparece-se publicamente como salvador das finanças públicas e por baixo do pano da mesa, lá vai dinheirinho para a ajuda, não só do tal banco como do tal super gestor que era avesso a essas ajudas e os que eram maus por viverem acima das suas possibilidades, lá iam entrar de novo na roda viva de pagar aquilo que de que não beneficiaram e de que não tinham culpa nenhuma.

 

Linda estória, não vos parece?

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub