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Caneta da Escrita

Temas diversos, Crónicas, Excerto dos meus Livros.

Temas diversos, Crónicas, Excerto dos meus Livros.


07.03.14

 

Todos somos portugueses, todos pagamos impostos para um Estado que só existe porque existem portugueses.

Esse mesmo Estado que devia garantir a sociedade como um todo com direitos e deveres por igual, mas esse Estado separa os portugueses em 1ª e o resto e acima de tudo não garante segurança nenhuma a ninguém em situação nenhuma, nem no desemprego, excepto, ora cá está a excepção, excepto aos de 1ª.

Porque razão um português que perde o emprego tem dce ir para as filas do desemprego e com sorte conseguir uma ajuda para um ou dois anos com um subsídio que não é mais que uma esmola, quando os de 1ª o não fazem nem sofrem as mesmas agonias?

Porque razão o Estado, digo governo, tem de garantir um lugar de alto cargo na administração pública para um indivíduo que deixou de ser candidato a deputado europeu?

Porque razão se tem de garantir emprego a quem nunca trabalhou mais do que aquilo que o partido lhe ofereceu e nem nunca sonhou ir ao mercado procurar emprego?

Porque razão temos de pagar impostos para garantir as mordomias a quem nos tira até o pão para a boca?

Afinal, que País é este?

Que País trata os seus cidadãos de maneira tão diferenciada, garantindo tachos a uns e obrigando outros a rastejar pelas ruas da amargura?

Que justificação tem o governo de todos os portugueses para brindar uns e fustigar outros?

Que espécie de País é este?


04.03.14


 Pensando bem, até nem me parece nada de extraordinário estas coisas da mobilidade eléctrica.   Clamam que é a novidade da poupança energética, que devemos utilizar a electricidade em vez dos combustíveis fósseis, e têm razão, eu estou inteiramente de acordo, aprovo e colaboro no que me é possível.   Nisto, tenho de dar a mão à palmatória, tanto critiquei o governo de Sócrat...es pelo excesso de despesismo, mas tenho que reconhecer que destes quase quarenta anos de democracia, ainda não apareceu outro com o sentido e visão de País como ele.   Pena que os que o seguiram tenham ignorado essa faceta, embora, pela calada, lá vão estendo a mão às suas criações.   Mas o cerne da questão é esta, eu ainda era imberbe e já usava esta tecnologia que os sucessivos governos desde o 25/4 têm vindo a destruir, pois é, já naquela altura andava de eléctrico, ainda sabem o qué?   Eu sei e lamento que tenham destruído as linhas que serviam toda a cidade, de uma ponta a outra e isto tudo movido a energia eléctrica.   E esta, hem?   Já vem de longe, mas a mania das grandezas e do retirar da estrada a poupança para dar espaço ao esbanjamenmto dá nisto, temos vindo a atrasar-nos cada vez mais.   Somos mesmo um povo de triste memória e de tristes perspectivas que só vê o que está à frente do nariz, não vê para além dele, tem vistas curtas e tudo isto devemos a quem?   Aos governos que temos tido desde 25/4.   Uma miséria de gente. Luis Filipe Carvalho


01.03.14

 

Saí do restaurante com uma daquelas vontades difíceis de suster. O jantar, ligeiro e frugal mas delicioso tinha corrido de maneira excepcional.

 

Os sabores sucediam-se e multiplicavam-se em catadupas de prazer. O vinho, estava no ponto, branco fresco e óptimo para acompanhar aquela espécie de degustação sofisticada mas que se referia simplesmente a um jantarzinho de comemoração dos cento e cinco meses de uma “second life” e vão somando.

 

Saí pois com aquela vontade, uma caminhada a pé após, o jantar, era muito bom mas seria muito melhor com a companhia de um bom charuto.

 

Andei, olhei, vasculhei e não encontrei uma única tabacaria aberta. Que tristeza, já ninguém sente o simples prazer do prazer?

 

Isto está mau e não se pode dizer que é por culpa do FMI. Está mau porque as pessoas estão a perder o prazer de sentir prazer.

 

Estão a fechar-se, a bloquear-se atrás de portas de segurança que não permitem sequer sentir a brisa da noite ou olhar para o alto e arrepiar-se com o redondo da lua cheia.

 

Sim, isto está mal, isto está péssimo, nem um charutinho? Que vergonha. Como me vou sentir depois de um momento tão especial se não posso sequer enviar aos céus através de sinais de fumo uma satisfação de prazer.

 

Como se pode andar pela cidade à noite se ela está fechada, cerrada, nada aberto, luzes apagadas?

 

É uma cidade sem vida, sem alma, não gosto nada disto.

 

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