25.08.13
Ponto final.
Morreu um homem.
Um pai de família, um marido, um avô, um tio, um sogro, enfim um homem.
Morreu um homem.
Paz à sua alma e que repouse em paz nas alturas divinas onde se encontrará com a mesma humildade com que um dia descreveu a sua passagem pela terra “gostaria de fazer mais pelo meu país, mas o que deixo foram três anos passados no Banco de Portugal”, mais ou menos estas palavras, se bem me lembro.
Só um Homem pode reconhecer com esta humildade que poderia fazer mais pelo seu país, independentemente de o ter feito sem grandes pompas e circunstâncias que ficaram nas sombras, de quem sabia da coisa alguma coisa, e simplesmente apreciava, um Homem.
Não é um qualquer que assume cargos no poderoso FMI, que representa o seu país sem o representar, que honra a bandeira que o viu nascer sem que para isso seja necessário ser empurrado. Só um homem o faz com esta simplicidade e desapego, com os olhos postos no seu país embora estando longe.
Podemos criticar, podemos não gostar, podemos até estar em desacordo com as suas posições, mas temos de saber reconhecer o Homem que assume e defende as suas posições contra todos os que o criticam sem se deixar ir com a corrente que leva todos os outros.
Assumia e defendia com veemência as suas posições, sabia o que queria e para onde queria ir, sabia o que queria para o seu país e sabia o que queria para as gentes, mesmo as que o criticavam, desse país pequeno que, por inveja ou ignorância, não reconhece sequer e até denigre os seus grandes Homens.
Honra-me tê-lo conhecido, e mais me regozijo que pelas ruas do destino as famílias se acabassem por cruzar, por uma daquelas pequenas linhas que as teias da vida criam.
A minha opinião é como tudo, minha, e dela não me desvínculo porque é a minha e porque apesar de por vezes discordar do seu discurso nunca deixei de o considerar, como a história o fará, um grande entre os grandes, um Homem, o Sr. Professor António Borges.
Morreu um homem.
Morreu um pai de uma excelente e linda família.
Morreu um professor.
Morreu um senhor do mundo e queira-se ou não, tinha colado a si o nome de Portugal.
Um Homem.
Respeito é tudo o que se pede em sua memória.
Respeito é o que eu lhe presto em homenagem ao Homem que em vida foi.
Respeito é o que todos lhe devemos.