24.11.13
Sempre pensei que o último reduto não seria destruído.
E o último reduto na, minha opinião, seria sempre a Assembleia da República onde pontuam os representantes, dizem, do povo português eleitos por voto não directo é certo, mas directo ao partido que o propõe.
Aqui aparecem as minhas dúvidas, o partido propõe para que seja eleito numa lista qualquer e afinal o que é que ele representa? Quem representa? De que é que ele é responsável?
Pois a resposta está exactamente no triste espectáculo a que assistimos na discussão do Orçamento do Estado para 2013. Nunca imaginei que um palco que deveria servir para tomar decisões a bem do país se transformasse numa luta de galos tentando, cada um à sua maneira, cacarejar mais alto que o outro.
Assim não, meus senhores. Agora de cada vez que os noticiários visarem imagens e sons dessa casa é necessário colocar bolinha vermelha no canto do ecrã e mandar as criancinhas para a cama mais cedo.
É intolerável que onde as atitudes deviam ter elevação se encontrem tão baixas.
É inadmissível que deputados da nação se percam em linguagem imprópria, em atitudes de agressão verbal com tal verborreia de palavras e tão baixos resultados práticos na governação da Nação.
Não desculpo ninguém, todos estão no mesmo saco.
A amostra é claramente de pouca qualidade como ficou demonstrado.
E que dizer dos que criam uma condição de guerra permanente até conseguirem os seus intentos, no caso baixar a aspereza do O.E., e logo a seguir vêm dizer que não têm nada com ele? Isto parece uma brincadeira de crianças só possível porque se mantêm em alternância no poder à custa deste martirizado povo.
Isto, meus senhores, não são políticos responsáveis.
Isto é a monumentalidade da baixeza a que uma casa de grandes tradições Republicanas chegou.
É trágico e grotesco o aspecto que se dá, interna e externamente.
A verdade é que a casa não tem culpa, mas sim quem a habita, e o que me assusta é que o povo português vai voltar a cometer o mesmo erro em que vem incorrendo desde o 25 de Abril de 1974.
Caros PARaLAMENTARES, elevação não é só nos ordenados e nas benesses que o cargo lhes oferece, é sobretudo na responsabilidade com que se exerce, na clareza dos processos que se utilizam, nas propostas que se fazem, no conhecimento do país.
Elevação é servir o povo português, estar ao serviço deste povo sem dar estes tristes espectáculos.
Estou mesmo agoniado com esta gente.