21.11.13
De facto isto não é um país, é um sítio, um sítio não do pica-pau amarelo mas dos pica miolos.
É vê-los empolgados em discussões sem fim, sem nexo, sem objectivo e sobretudo sem a dita e propalada produtividade. Eles falam, falam, falam e não dizem nada ou, antes, até dizem muito. Dizem “façam o que eu digo não façam o que eu faço” e é por estas e por outras que ninguém acredita nestas criaturas palradoras.
Pelos noticiários vamos sendo postos ao corrente do que se passa neste país e uma das coisas, o tema dominante tem sido o aumento salário mínimo.
Até me sinto envergonhado com o que vejo e ouço. Como é possível que percam dias e dias, com a quantidade de gente que se senta à roda de uma mesa de negociações, gordos, anafados e bem pagos, para discutir o aumento do salário mínimo nacional de quatrocentos e setenta e cinco euros para os quinhentos euros.
Vinte e cinco euros separam esta gente e justificam ou não a credibilidade do governo. Estamos a falar de menos de um euro por dia de aumento, mesmo assim os patrões deste país diziam que as suas empresas não tinham capacidade de pagar esta verba. Que vergonha senhores, como podem mostrar a cara na rua sem se sentirem mal?
Não me apetece discorrer muito sobre este tema numa altura em que o ser humano se sente mais solidário e apoiante de quem precisa, mas gostaria de deixar à consideração de quem se der ao trabalho de ler algo que me angústia de sobremaneira.
Seria interessante que publicamente se soubesse quanto, durante este ano, os nossos patrões gastaram em festas, em jantares, em automóveis e todo o tipo de desperdícios. Assim se perceberia porque é que as suas empresas não têm capacidade de suportar um aumento de ordenado de menos de um euro para os seus empregados que já são miseravelmente explorados.
Falam, falam, falam mas o resultado é muito pequenino.